Sobre você, só você!
Resolvo me afastar,
penso em não mais estar esperando por você,
mas é impossível ser eu sem o que tem teu em mim.
Odeio tantas coisas em você!
Odeio o jeito seu de ser tão você.
Você faz, você decide, você vai...
E eu expectador, observo, torço,
sofro, choro, sorrio e sigo odiando você.
Você é incrivelmente enorme.
Enorme em atos e palavras,
gestos e gostos.
Tão seu, tão você.
Odeio como cala quando dói,
quando passa pela vida seguindo
mesmo que rasgue, mesmo que sangre.
Eu calo,
eu peço,
eu sofro quieto
e espero esse momento passar.
Odeio quando lambe suas feridas
e entra em outra batalha de cabeça erguida
sem demonstrar suas dores.
Sofro tanto de longe,
queria poder dividir com você.
Mas você é você
e não permitiria que outra pessoa sofresse por
você.
Eu odeio seus defeitos.
Eles me condenaram a te amar.
E te amando sigo a admirar sua força.
Observo-te,
torcendo para que um dia entenda
que você não precisa ser só você.
Quem sabe um dia veja que você pode tornar-se nós...
As vezes, somente às vezes, você pode deixar que eu
sente ao seu lado.
As vezes, somente às vezes, você pode deixar eu te
ajudar a lamber as feridas.
As vezes, somente as vezes, você pode se despir de
sua armadura de você,
deixar de ser você e ser apenas a pessoa.
A pessoa que quero bem, que sofre, sente e chora.
Por uma noite talvez.
Por um fim de tarde, quem sabe?
E descansar no meu colo.
Mas vejo que deixar de ser você, só você é perigoso
para você.
Já te feriram por isso.
Já te marcaram a carne.
E assim seguimos... Você sendo você e eu observando
você.
By Line (2018)
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