O bando e suas lições

Há muitos e muitos anos, não sou adepto a dizer "te amo" para uma mulher. Antes tinha em mente que o amor era eterno, aquele pensamento cristão, saca? Depois comecei a entender que não era, mas tinha ficado banal. Se tornado uma expressão tão comum que já não tinha credibilidade e muito menos valor.

O tempo foi passando e descobri que amor entre "amigos" também se enquadram nesta categoria... Incrível né? Sou de um pensamento que quem ama cuida, ajuda, faz chover no deserto. Mas as pessoas estão ocupadas demais consigo mesmas, sendo tristes ou sendo felizes.

Se acredito no amor? Tipo 100%? Tenho dois motivos para acreditar. Dois lindos motivos. E vc que não me conhece, vai ter que ler outros textos para entender que malditos motivos são esses.

Nada do que estou sentindo é novo, exclusivo, desconhecido e tudo mais... Mas nada no mundo nos prepara para isso.

Fiquei fechado para o mundo por alguns anos. Lambendo feridas que eu mesmo provoquei. Deixando minha família me destruir aos poucos, deixando a geral me explorar enquanto acreditava estar focado em mim, nos meus dois motivos (quase coloquei quais. Rs)... E quando achei que estava pronto, bati asas...Hora de voltar para o mundo!

Encontrei um bando com pensamentos legais e comecei a segui-lo. Quando se está perdido, qualquer sorriso te atrai. E a alegria deles é contagiante. Deliciosa!

Neste bando, quando vi um passarinho novo, uma Pica-Pau, fiquei vislumbrado com seus sorrisos lindos e eu ignorei o que já tinha visto: os olhos tristes. Mas vamos por etapa... Voltemos ao bando.

Comecei a sair com este bando, me sentia deslocado, mas acolhido. Alguns pareciam se importar comigo e o "líderes" em fazer a bagunça rolar e foda-se para os demais... Mas ao perceber que bando não era especial como imaginei, sem a profundidade que eu precisava (nunca é uma generalização), que começaram a me deixar de lado quando comecei a perder altitude, voei para meu ninho.

Quanto aquela Pica-Pau... Ah! Durante uns dois meses  me fez sentir vivo como a anos não sentia. E eu que achava que era passarinho demais para um ninho tão simples... Mas não escolhi, fui escolhido.


Voamos, voamos e voamos... E o engraçado é que em meio aos vôos, o símbolo do que sentíamos era um navio... A nossa Fragata 49... Um navio de guerra e propício, como todo navio, a afundar. Hj faz sentido. Kkkk

Não éramos casados e nem pensávamos nisso, mas tivemos três luas de mel. Rs
Mas do mesmo jeito que este Pica-Pau veio, ele se foi. Ele é assim... Vai de ninho em ninho sem se importar com o estrago. E que estrago...

Mas aprendi que tentar ser passional nas atitudes só fode a gente. Neste momento tive certeza que o bando era só mais bando e que aquele passarinho só queria se distrair das dores que teus olhos me mostraram desde nosso primeiro olhar.


Sem esperar, outra ave chega e eu carente, cheio de dúvidas, na pior fase da minha vida, a deixo ficar. Mas com tantas coisas acontecendo, eu descendo um posso que até agora eu não achei o fundo, tive a ideia idiota de fazer ela desistir. E olha que ela fez e se propôs a fazer mais do que qualquer pessoa... E foi isso que fez vez que ela merece muito mais! Putz! Pessoa incrível. Pensei em tudo. Algo simples e sem muito estrago. E o mais importante, a decisão seria toda dela.

Falhou na primeira semana... Na primeira noite da segunda semana, na segunda noite e bingo! Deu certo na terceira.
Foi bem mais suave que eu esperava. E mais um antigo ensinamento me veio a mente: Algumas discussões não valem a pena, pois um dos lados já tem a decisão tomada e não pretende muda-la.
E chegou o fim de dezembro e não fui capa de fazer o que espero o ano todo.

Estamos em Janeiro e ainda não achei o fundo do posso. Mas todos estão bem! O bando voa, o passarinho voa e a ave voa! Um dia volto a voar. Assim que achar o fundo, curar as feridas, eu vou voar. Mas este pássaro que vós escreve, fará durando muito tempo, vôos solos.

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