Posso?

Só por hoje me permita ser pessimista. Me permita não ser a muralha inabalável.
Só por hoje me permita soltar o choro que a anos seguro.

Segurei pesos de muitos, mas hoje quero ser apenas responsável pelos meus.

Ninguém conhece a fundo as minhas feridas. Do meu livro, poucas páginas são reveladas e assim será.

Só por hoje quero ser humano. Com todos os defeitos que isso trás...
Quero lamber minhas feridas. Ver quais já cicatrizaram e quais merecem cuidado.

Preciso cuidar de mim. Hora de ser egoísta. E ninguém é obrigado a estar ao medo neste momento. Assim como em nenhum outro.

Não carrego fantasmas. Carrego traumas, experiências e medos. Carrego a bagagem que acumulei durante a vida. Fantasmas não fazem mal a ninguém.

Dispenso pessoas vazias, confusas, indecisas. Estou numa idade onde quero firmeza, certeza e parceria.

Não preciso de amor além do que já tenho. Até porque pouco tenho a oferecer... E para poucos.

Não quero estar em lugares que não me cabem. Não vou me quebrar para me encaixar. E quer saber? Se as pessoas que me cercam não cabem, eu também não!

Não vou estar na vida de ninguém para tapar buraco, preencher vazios. Não sou um monte de terra.

Enfim. Que se foda tudo aquilo que não quero. Preciso levantar a cabeça e respirar.

Posso?

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