O peso invisível dos fortes
Existem pessoas raras neste mundo. Pessoas que não apenas escutam, mas acolhem. Que, diante da dor alheia, não recuam. Ao contrário — se aproximam, abraçam, silenciam com presença, e, sem que se perceba, puxam para si uma parte da carga que não era delas.
São essas almas que carregam o poder de absorver as tempestades dos outros e, ainda assim, caminhar em meio à própria. Que transformam lágrimas que não são suas em sorrisos que oferecem de volta. Que guardam no peito o cansaço de muitas batalhas que nem travaram, mas que enfrentaram por empatia, por amor, por instinto.
Enquanto o mundo as vê como fortes, elas sentem a exaustão silenciosa de carregar dores que não aparecem. São fortalezas que não se permitem desmoronar, porque sabem que, muitas vezes, são o último abrigo de alguém que já está quase desistindo.
Essa resiliência é rara. É linda. É quase sagrada.
Mas, mesmo os fortes precisam de colo. Mesmo os que seguram o mundo precisam de alguém que, de vez em quando, pergunte: "E você, como está de verdade?" Porque a alma que transborda luz também precisa ser iluminada.
Se você conhece alguém assim — cuide. Se você é alguém assim — permita-se também ser cuidado. Porque força, de verdade, também é saber quando soltar.
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