Entre o amor de ensinar e o peso de ser professor.


Tenho escrito bastante sobre a frustração da minha atual profissão, né? Mas festa vez, prometo que será a mesma coisa!

Mas tenho um ótimo motivo! Outro dia ouvi de um amigo professor, que por sinal é muito mais sábio que a maioria por aí, além de ser um grande amigo, que ele ama dar aulas, mas odeia ser professor, e isso vem inundando minha mente com reflexões sobre o que essa frase significa.

De início, parece contraditório. Mas, quanto mais penso, mais entendo a profundidade e a dor que está afirmação carrega.

Dar aula é o momento em que a gente respira. É quando o conhecimento encontra o olhar curioso, quando a explicação conecta ideias, quando o silêncio da escuta atenta vale mais do que qualquer aplauso. É a parte bonita, viva, pulsante da profissão.

Mas ser professor… ser professor é enfrentar batalhas invisíveis todos os dias. É ser cobrado por resultados, mas não ter apoio. É ter paixão, mas ser desacreditado. É ouvir que está em uma “profissão nobre”, mas sentir-se desvalorizado. É lidar com a falta de estrutura, com políticas públicas frágeis, com salários que mal acompanham a sobrevivência, e ainda carregar nas costas a missão de transformar o mundo pela educação.

Ser professor é amar e resistir ao mesmo tempo. É manter-se firme mesmo quando o sistema empurra para o desânimo. É dar aula com brilho nos olhos e voltar para casa com um peso no coração.

Talvez o que essa frase revele não seja apenas uma queixa, mas um sintoma. Um alerta de que algo precisa mudar. De que o amor pelo ensino não pode continuar sendo esmagado pelas dores de ser educador.

Que este papo de que professor tem que ter vocação seja deixado de lado e que se entenda, que estamos falando da profissão mais linda e difícil do mundo!

Que a gente nunca perca o amor por dar aulas — mas que também não precise mais odiar tudo o que está ao redor disso.

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