Minha complexidade.


Minha mente é uma filha da puta.
Trapaceira, carente, teimosa.
Me sabota, me engana, me fode.
E eu deixo.

Tenho medo da solidão,
mas não acho que mereço ninguém.
Tenho medo de estar com alguém,
mas nunca sou suficiente.

Digo que quero estar só,
mas o que anseio
é sentir o calor de uma respiração perto,
uns dedos no meu cabelo,
enquanto meus demônios me mastigam por dentro.

Mas quem entende?
O mundo é cheio de analfabetos emocionais.
E eu só sei escrever.

Então me entorpeço de qualquer coisa,
qualquer fuga, qualquer distração,
porque a lucidez me esmurra todo dia.
Mas sigo...

Porque, foda-se, eu ainda estou aqui.
Porque não vou deixar que essa mente fodida destrua a mim ou a quem caminha ao meu lado.
Porque, no fim, sou eu quem dita as regras e não os fantasmas que tentam me atormentar.

Comentários

Você descreve "sua mente" como uma inimiga que te sabota e te engana.

Mas e se ela tivesse forma humana?
Se fosse alguém diante de você, dizendo as mesmas coisas—com a mesma dureza, as mesmas certezas afiadas—, você simplesmente aceitaria?
Ou olharia nos olhos dela e questionaria suas intenções?
Este comentário foi removido pelo autor.
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