E os professores?
Ser professor é ocupar múltiplos papéis, dependendo de quem observa. Para os intelectuais, somos agentes transformadores, pilares do conhecimento e da sociedade. Para os pais, "educadores", uma palavra carregada de expectativas que, muitas vezes, significam suprir lacunas que a família não consegue ou não quer preencher. Para os alunos, somos tudo ao mesmo tempo: pais, amigos, psicólogos, inimigos, conselheiros – qualquer coisa, menos apenas professores.
Já para os gestores, somos números. Peças substituíveis em um sistema que exige resultados, mas pouco se preocupa com quem os alcança. E para os governantes? Somos um gasto. Algo que, se pudesse ser cortado sem revolta popular, talvez já tivesse sido.
No meio disso, o professor segue. Tentando transformar, tentando ensinar, tentando sobreviver. Mas a mais cruel realidade é que nada vai mudar, pelo menos, não para melhor, pelo menos enquanto a sociedade continuar a enxergar o professor apenas a partir de suas próprias conveniências.
Comentários
Penso que cada um de nós tem um chamado na vida, para desempenhar um papel no mundo. Pode parecer clichê, mas desafios fazem parte disso — e também a grandeza, se olharmos atentamente para os sinais sutis que são sementes do bem plantadas no coração do outro. Talvez um professor atuando como psicólogo, pai ou mãe seja exatamente essa semente que um aluno precisa receber no terreno vazio de sua vida, para não perder a esperança diante das circunstâncias deste mundo.
Que isso sirva de encorajamento aos professores: é árduo, mas não em vão!