Soneto das Promessas Vãs



Quantas promessas fez-me outrora o amor,
Em lábios quentes, juras desmedidas!
Mas como o vidro, em súbito estertor,
Racharam-se ao roçar das mãos feridas.

"Estarei sempre ao teu lado" – e eis mentida
A mais sublime, a mais ilusa flor,
Que ao vento foi, sem lume e sem guarida,
Tornada sombra, pálida e sem cor.

Que amor é este, efêmero e fugaz,
Que ao sol fulgura e à chuva se desfaz,
Deixando rastros vãos na imensidão?

Não creio em juras, mas em passos dados,
Nos breves laços, nunca eternizados,
Que são do tempo e não da ilusão.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sem pudor

Minha complexidade.

Além do nevoeiro