Travesseiros


Só meus travesseiros sabem quantas vezes me peguei mergulhado em uma tristeza que, instantes antes, não existia.

Do nada, eu os organizava entre minha cabeça e minhas pernas como se fossem meu colo particular.

Envolto em pensamentos vagantes, tentando auto se explicar e lutando para não existir, enquanto ganhavam uma força descomunal e desoladora.

Nada de novo acontece, a dor é uma velha conhecida — intermitente, eu diria. E o vazio é pulsante. Mas há "sentimentos" que, mesmo recorrentes, sempre se apresentam novos, a fim de evitar o costume.

Mantêm-se os personagens, as batalhas... Mas nunca as guerras. E, abraçado aos meus travesseiros, luto.

E luto, mesmo quando o cansaço sussurra rendição, mesmo quando o silêncio pesa mais que o próprio vazio.

Os travesseiros, cúmplices silenciosos,
acolhem não só o corpo, mas as feridas invisíveis que a alma insiste em carregar.

Mas no final é isso...
Não é sobre vencer sempre,
é sobre não largar a espada,
nem que seja apenas para empunhá-la amanhã.

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