Momento de confusão.

Nunca entenderei as voltas que a vida dá. Entendo que elas existem, que são importantes, mas não entendo a lógica clara por detrás disso.
Os ciclos me confundem.

Sou um poço sem fim de um vazio cheio de mim. Cheio de sentimentos que renego. Meu mundo tem uma blindagem que somente a minoria da minoria entra pelo porta da frente.

Cultivo meu jardim com zelo e toda vez que permito que alguém entre, flores são arrancadas, quebradas... E no lugar onde antes floriam tantas belezas, tornasse terra desértica. Como diz Djavan: "E o meu jardim da vida, ressecou, morreu.
Do pé que brotou Maria nem margarida nasceu".

Há anos quero ser apenas mais um na multidão, fazer parte da boiada. Deve ser tão mais simples... Mas não sei porque isso nunca consegui. Me desfaço, me refaço. Mas acabo me destacando. Para o bem ou para o mal.

Continuo a ser o para-raios de tanta gente. Pessoas entram em minha vida para curar as feridas das suas. Mas o roteiro não muda, e quando a tempestade passa, elas seguem seus caminhos e os raios continuam me atingindo.

Me ajoelho, tento desistir, penso em ficar quietinho ali. Quem sabe me deitar em posição fetal! Mas não posso me dar a este luxo. Sou eu por mim, sou eu por muitos. Ou seria por ninguém?

Tantas batalhas. Pouquíssimos dias de glória. Será que não terá um fim? Até onde vai está força que me mandem de pé? Até quando vai durar a esperança de que tudo vai mudar? De que as coisas vão melhorar?

A esperança, a saudade, as lutas... Dores dilacerantes em um corpo tão frágil, em uma mente tão conturbada... E mesmo assim, caminho sorrindo, fazendo o bem.

É... Preciso aprender a fazer este bem para mim. Muita coisa já mudou, sabe? Namoro o céu, lembro com amor de quem não está por perto. Desejo o bem a quem me fez mal. Mas não! Não cuido de mim como mereço. Não consigo!

Mas vamos, né? Nunca sabemos quando a estrada irá terminar. Vamos nos manter em movimento e gastar nossa energia até que ela se finde.

Quem sabe o objetivo da vida seja este... Nos desnortear de incertezas e perguntas que jamais serão respondidas.

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