Nostalgia ou despertar?
Em um destes momentos de vagância pelos vídeos aleatórios na internet, vi um vídeo de um casal se beijando como se o mundo tivesse parado. Ela repousava no colo dele, os dois entrelaçados, perdidos naquele instante que parecia não ter fim. E de repente me vi ali, em outra época, lembrando de quando eu também me entregava assim. Lembrei do portão de casa, das horas que se estendiam em beijos longos, do coração acelerado e daquela sensação de que nada mais existia além daquele momento.
Foi inevitável pensar: por que não faço mais isso? Por que deixei escapar algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão profundo? Talvez o tempo tenha me mudado. As responsabilidades chegaram, os dias ficaram mais cheios, e aquele jeito despreocupado de amar foi se escondendo atrás da rotina.
Mas a lembrança não veio apenas como saudade. Veio como um chamado. Como quem sussurra que ainda é possível. Que o amor não perde a força com os anos, apenas muda de forma. E que, se eu quiser, ainda posso voltar a viver beijos de cinema, abraços demorados, esses instantes em que o mundo para — não no portão de outras épocas, mas aqui, agora, com quem caminha ao meu lado.
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