Momentos


Em algum momento deixei de ser menino e me tornei homem — mas esqueceram de me avisar o quanto amadurecer pode ser difícil e, ao mesmo tempo, lindo.

Em algum momento deixei de ser apenas filho e me tornei pai. Foi então que compreendi quando dizem que o coração pode bater fora do peito.

Em algum momento amei e, tempos depois, achei que não seria capaz de me reerguer. Mas o tempo passou... e amei muitas outras vezes.

Pois em algum momento aceitei que, mesmo com o enorme risco da dor dilacerante, amar ainda é uma das melhores coisas da vida.

Em tantos momentos já sorri e já chorei — ora por dor, ora por alegria. Já fui poeta, pensador, dono da verdade... e também o homem mais ignorante do mundo. E, muitas vezes, tudo isso ao mesmo tempo.

Em algum momento fiz amigos para a vida toda, mas não fui avisado de que alguns partiriam, tornando-se apenas o que já eram antes: mais uma pessoa no mundo.

Em algum momento fui mudado — até mesmo ao escrever este texto. Porque, no fim, o que somos e o que nos tornamos é feito deles: momentos.

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