Corpo em revoada

Depois de uma noite inquieta,
meu corpo implorava por movimento,
minha mente… por um plano distante.
Acordei com o peito oco,
o coração triste, apertado.

Senti falta —
das minhas filhas,
dos amigos que o tempo levou,
dos momentos doces com minha matriarca,
perdidos em vaidades tolas.

Carrego o peso das relações falidas,
e o medo —
de que meus erros antigos
plantem raízes nos jardins que cultivo hoje.

Tenho medo de amar em voz alta,
mesmo quando o peito grita.
Congelo.
Aceito afastamentos como quem aceita sentença,
mas por dentro, tudo arde.

Sou feito de inconstâncias.
Meus sentimentos…
flutuam entre o que não é real
e o que é tão verdadeiro que dói.

E nessa encruzilhada de mim,
me perco.
E às vezes, nem quero me achar.
Sou mar sem farol,
e quem chega perto
afunda ou reza

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