A queda do orgulhoso



Oh, quão alto ergue-se o soberbo,
Na ilusória torre de marfim,
Cego aos ecos do vento eterno,
Que murmura: “Tudo tem seu fim.”

Do espelho emerge a vaidade,
Reflexo que turva o coração,
Esquecendo que a verdade
Floresce na humilde contrição.

Caminha altivo, semeando desprezo,
Ignorando as vozes no chão.
Mas a vida, com sutil ensejo,
Ensinará sua dura lição.

Pois quem só vê sua glória frágil
Não percebe a sombra que o cerca.
E no passo seguinte, em queda ágil,
Descobre a solidão que o aperta.

Ó alma que anseia por grandeza,
Recorda o ciclo da criação:
É na humildade que a natureza
Encontra sua mais pura razão.

Deixa o orgulho, aprende a escuta,
Cultiva a paz e a gratidão.
Somente quem ao outro se ajusta
Ergue, de fato, sua mansão.

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