Romantismo da docência
Ser professor no Brasil, muitas vezes, é aprender a viver entre o amor pela profissão e a dor de ser invisível. É entrar em sala de aula todos os dias carregando uma responsabilidade imensa, mas sem o devido apoio. A gente aprende a acreditar que cansaço extremo, ansiedade e noites mal dormidas são “parte do trabalho”. E, pior ainda, aprende a se calar, porque reclamar é visto como fraqueza ou falta de vocação. O problema é que esse silêncio tem um preço alto. Segundo pesquisas recentes, o Brasil está entre os países com maior índice de professores afastados por problemas emocionais e psicológicos. O burnout docente deixou de ser exceção para se tornar rotina. Ansiedade, depressão e estresse não são apenas palavras soltas em relatórios médicos; são rostos exaustos, vozes embargadas e vidas que vão se apagando pouco a pouco. E, mesmo assim, a sociedade naturaliza. O professor que trabalha ...