Desabafo de um professor


Há um mês, me perguntaram qual era o meu maior desafio para este ano. Respondi sem hesitar: vencer a descrença e o desânimo com a minha profissão.


O que mudou desde então?

Apenas o tamanho do desafio.


A gestão sufoca, impõe, agride.

Os estudantes e responsaveis que se colocam acima de tudo e todos sem a menor preocupação com a aprendizagem

Pedagogos mais preocupados em não desagradar os pais do que em garantir uma organização pedagógica eficiente.


O que eu não ouço — e talvez nunca tenha ouvido — é qualquer sinal de preocupação com o professor. Aquele que carrega o peso das exigências, que precisa ministrar conteúdo, ser psicólogo, mediador de conflitos e, ainda assim, seguir firme.


Até quando amar o que se faz será o suficiente? Até adoecer? Até desistir? Até morrer? Porque em qualquer um destes cenários, haverá apenas a certeza do quando somos substituíveis e nada importantes.


O egoísmo tem adoecido um dos personagens mais marcantes na vida de um jovem. Enquanto tentam nos sugar até a alma, exaustos, passamos a oferecer cada vez mais o mínimo. Pois, salvo raras exceções, é apenas isso que a maioria espera de nós.


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