Iluda-se...

Invente a mentira que melhor convier sobre mim. Diga que sempre errei, que nunca fui nada daquilo que você sonhou que eu fosse. Engane as pessoas com a mais cruel descrição de mim que puder. Me basta saber que seu coração sempre irá carregar a doce e cruel verdade.
Diga que eu bebia demais, que fumava demais, que nunca te dei valor, que amou sozinha, que tentou sozinha, que sempre esteve sozinha. Mas ao fim do dia, não será capaz de calar a verdade que seu coração irá insistir em repetir até que o sono o silencie temporariamente.
Grite suas convicções aos sete ventos, justifique suas falhas com as minhas. Faça isso! Iluda-se... E guerrilhe com seu coração, tentando convencê-lo de que sua boca é quem diz a verdade.
Encontre outros amores, outros prazeres. Vista sua melhor lingerie e entregue-se com vontade, sem pudor, sem vaidade e com muito desejo. Arrepie-se com os toque que sentirá. Viva intensamente cada momento. Pois no final, é isso que serão: momentos.
E quando o tempo passar, seu interior deixar de lutar e os cabelos brancos aparecerem em seus gentis cabelos negros, sentirá a paz. Linda, paz. Tão desejada e tão merecida paz... E nesse dia, suas aleives passarão a ser a única veracidade que realmente importa. Acreditará em suas mentiras e não mais ouvirá seu coração dizer o contrário.
Mas isso não significará que ele se convenceu. Ele apenas cansou de tentar lhe abrir os olhos que seu amor sempre fui eu.

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