E lá estava ele...
E
lá estava ele, em uma noite qualquer de fevereiro, olhando para a lua que se mostrava linda e
imponente por detrás das nuvens como se estivesse esperando o momento certo de
se revelar e transformar homens em lobos. Em sua mente havia apenas um pensamento:
_ Será que ela está olhando para o mesmo lugar que eu? Será que está pensando o
mesmo que eu? Será?
Já
haviam se passado meses desde que seu sorriso se foi. Desde de que seus olhos,
antes cheio de vida, se tornaram vazios e tristes. Desde aquela noite fatídica
que abriu uma ferida em seu peito que parecia que jamais iria se fechar. O
isolamento em que ele se colocou estava cada vez mais forte, ao ponto de as
pessoas próximas não conseguirem mais reconhecê-lo.
Sabia ele que estava apenas colhendo aquilo que plantou por muito tempo, mas mesmo
assim, acreditava que já havia pago sua dívida com o mundo e que estava na hora
de seu coração se acalmar e seguir em frente. Mas não conseguia dar um passo
adiante sem olhar para trás.
O
que ninguém nunca soube, e ele mesmo demorou a descobrir é que suas atitudes
impensadas eram uma tentativa de buscar por algo que jamais teve: felicidade!
Ele
acreditava que tudo o que precisava para ser feliz era ter paz, mas esta era a
única coisa que de fato ele não procurava. O pobre homem era um prisioneiro de sua
própria incompreensão. Vivia em uma prisão interna sem grades.
Mas
naquela noite, perdido no meio do nada que se fazia infinito dentro dele, ele só queria estar ali, sentado em sua
varanda, olhando para a lua e permitindo que seus pensamentos vagassem pelas
lembranças mais felizes e mais obscuras que se podia imaginar... Ele estava
disposto a enfrentar a dor.
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