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Mostrando postagens de outubro, 2024

Feliz dia do professor?

O Dia do Professor, celebrado hoje (15 de outubro), é uma data que deveria ser marcada por homenagens e reconhecimento, mas também nos convida a refletir sobre os desafios enfrentados por essa profissão essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. A importância dos professores na formação de cidadãos críticos e na construção de um futuro melhor é inegável, mas, infelizmente, essa relevância nem sempre é refletida nas condições de trabalho e no tratamento que eles recebem. No Brasil, os professores têm lutado contra a desvalorização, que se manifesta em diversas formas. A remuneração é um exemplo gritante: o salário médio de um professor brasileiro está entre os mais baixos do mundo. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um professor no Brasil ganha cerca de 40% a menos do que a média dos países membros da organização. Em países como Luxemburgo, o salário anual de um docente pode ultrapassar os US$ 100 mil, enquanto no Brasil, o valor n...

A Ilusão da Alma Gêmea

Ela ria das minhas histórias, até das que mal tinham enredo, E ao seu lado, o peso dos dias parecia se dissolver no vento. Acreditei ter encontrado um porto seguro, uma calmaria em meio à tempestade, Mas com o tempo, percebi que seus ventos sopravam em outra direção. Seus olhos, que antes pareciam faróis, guiando-me na escuridão, Revelaram-se meros reflexos de um brilho passageiro. Enquanto eu buscava construir uma ponte entre nós, Ela apenas flutuava, deixando-se levar pela correnteza do momento. Eu, que tantas vezes afundei nas profundezas do passado, Vi em sua presença a promessa de redenção. Mas suas mãos, que eu julgava me segurar firme, Apenas tocavam a superfície, sem mergulhar na essência do que sou. A cada conquista minha, seus aplausos eram sussurros, distantes e vazios, E quando eu mais precisava de âncora, ela era apenas vento. Nos momentos de prazer, eu era seu refúgio, sua fuga da realidade, Mas fora disso, eu era apenas uma sombra à deriva. Agora, olhando para o horizont...

Fortalezas de pedra e silêncio.

São montanhas que erguem-se sozinhas, picos de pedra, duras na face do vento. Crescem, acreditam-se imbatíveis, esculpidas pela força de suas próprias tempestades. Cada rocha, um peso carregado em silêncio, cicatrizes disfarçadas entre vales profundos, e, no eco do vazio, negam qualquer mão estendida, pois crêem que a grandeza é forjada na solidão. Mas mesmo a montanha sente a chuva, mesmo o aço racha sob o calor do sol. E a terra que não aceita o toque das raízes seca, frágil, parte-se ao menor tremor. Há força na pedra que se abre ao musgo, na montanha que abraça o rio e a neblina. Aqueles que recusam a mão que os alcança esquecem que até o céu compartilha suas nuvens.

Ciclos de vazio

É intrigante como promessas que pareciam eternas Se perdem no vazio, E sentimentos outrora intensos Desaparecem como uma brisa leve... Felicidades apagadas, Feridas esquecidas, Ciclos que se encerram sem grande aviso... Será essa a vida? Não deveria ser assim. Mas o vazio nas pessoas, Que transborda em momentos breves, Tenta saciar uma sede silenciosa e dolorosa. Sucumbe em pequenos instantes... E nada mais. E ao final desses ciclos tão curtos, o que resta? Perder-se em futilidades gentis, Iludir-se, fingindo buscar algo real, Mas vivendo sempre de fantasias juvenis, Fugindo dos percalços de amar, Esperando que o mundo se adapte Às suas vontades rasas, Superficiais, Mas, paradoxalmente, verdadeiras.